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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

É coisa para me assustar?

Há quanto tempo? Deixei de vir aqui escrever, o meu antigo computador deu o berro, não conseguia escrever nada, e o Pai Natal, o Menino Jesus, quem quiserem, deram-me esta prenda, um computador maior e MUITO MAIS RÁPIDO, fiquei tão contente (eu sei que foste tu que me deste, mais ninguém sabia desse meu problema, adorei).
Agora aqui estou, tenho uma carta de Natal que ainda não terminei exatamente porque não tinha aonde escrever, acho que vou ser capaz de a acabar para os Reis. Nesta máquina vou escrever de acordo com o novo acordo ortográfico, para evitar as minhas palavras sublinhadas a vermelho, escolho o que me dá mais satisfação, palavras limpas à maneira moderna.
Voltar aqui agora, faz-me sentir um misto de emoções, alegria - ter uma folha branca e deitar-me sobre ela com as minhas palavras, como se desbravasse um tesouro que só eu sei como encontrar; de alegria porque acho que quem gostava de ler as minhas letras, vai poder partilhar comigo esses momentos, escrevo para eu reler e me encontrar e quem quiser me acompanhar, faça favor; de alegria porque essa é a emoção com que comecei este ano, com muita alegria, fartei-me de dançar, é certo que dançamos sempre da mesma maneira, não temos escola nenhuma, mas sentimos muito prazer em dar uns passinhos de dança e este ano, acho que senti dentro de mim a música como nunca tinha acontecido antes, preciso mesmo de aprender uns passos de dança para poder libertar-me; dançámos até não pudermos mais, as pernas ficaram tão doídas que fraquejavam, por pouco não caí na pista de dança... fartámos de rir, e não caí, foi só o susto; de alegria porque sim, só isso; que mais emoções tive nestes 2 dias do Ano Novo? Não sei se tranquilidade é emoção, mas sinto muita tranquilidade, sinto uma calma que por vezes me deixa ver e sentir o que até aqui deixava escapar, o gosto, o tacto, (tenho pena, fica com traço a vermelho, mas tacto é tacto e não tato!) o cheiro, a visão e a audição, toda a gente sabe que sou surda, que uso aparelhos auditivos para ouvir melhor, mas uso-os só para trabalhar, ou para ouvir uma musica na radio, em casa, em vez de ligar a TV. Se tranquilidade é emoção, também sinto. Das antigas emoções, de tristeza, desânimo, não ter vontade, ter pensamentos feios, esses momentos todos estão a pouco e pouco a deixar-me em paz, não sei que me aconteceu, mas fui-me descobrindo em cada momento que parei, em cada momento que não pensei em nada, em cada aula de yoga, em cada sorriso que dei e que recebi, em cada abraço, não sei mesmo, não sei se não é a minha neta, pode ser, sinto-me com muita energia boa quando partilhamos cantigas, desenhos, quando vamos às compras, este ano foi divinal, ir às comprar com a minha querida neta: este livro é para o pai, este é para a mãe, avó quero este navio com este crocodilo verde!! Que loucura, foram duas tardes que não troco por nada, que venham mais momentos destes. Este ano ela teve medo do Pai Natal, ele fez uma voz mais rouca, tinha uns grandes óculos e ela já tinha um bocadito de sono, de modo que a visita foi mais curta, deixou os presentes e abalou numa correria, com um choro fininho a acompanhar.
O Natal e a Passagem de Ano ficam-me na memória e nalgumas fotografias, poucas, que tirámos, para mais tarde recordarmos com as minhas palavras e as fotos.
Desejos também escrevi, nada que se compare com os anos anteriores, fazia verdadeiros testamentos, pus no papel tudo, desde as viagens que queria e muitas delas ainda quero, até ao armário que precisamos mudar, ao papel, aos lençóis ou toalhas, às arrumações que queria e ainda quero fazer, que escrita eu fazia, este ano mudei, parece que esses desejos também existem mas outros maiores e mais importantes tenho dentro de mim, escrevi alguma coisa é certo, mas se resumisse agora diria que não passou de: um Ano Novo com muita Paz e Amor, estou a ficar zen, é coisa para me assustar? Ok vou marcar uma consulta para a Alice!     

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