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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Eleição após eleição

Apetecia-me mostrar a toda a gente as minhas lágrimas, mostrar a toda a gente a dor que tenho guardada no meu coração, mostrar a toda a gente a vontade que tenho em pedir ao Além permissão para mudar de Terra, de País, de vila, apenas a casa, a minha casa e a minha família são para manter, tudo o resto pode ser atirado ao vento.
Estas discussões actuais da dívida, do FMI, do euro, da economia e das finanças, mais o ordenado mínimo fazem-me sentir vergonha. Vergonha de ser, estar, viver em Portugal, na UE no mundo, neste Mundo, por isso preciso tanto sair da Terra e ir viver para outro planeta. Não sou mais capaz de acompanhar as notícias: o ordenado mínimo vai subir 15 euros por mês, mas só para o ano, em Portugal, o país que tem o ordenado mínimo mais pequeno da UE, quem fala desse assunto e parece preocupado, os nossos queridos governantes, não sabem o que é o ordenado mínimo, fazem uma ideia, tão reduzida, do que é sobreviver com essa miséria após um mês de trabalho. Empresa que não pode aumentar 15 euros por mês aos seus trabalhadores não está em boas condições económico-financeiras e já devia ter encerrado.
Estou desiludida com esta gente, exactamente, nós os Portugueses, envergonham-nos diariamente, deixaram de ter brio, orgulho, honestidade, somos um grupo de gente sem carácter, sem princípios. Podem dizer: isso são os nossos governantes! Pois são, mas nós temos toda a culpa que permitimos o seu regresso, eleição após eleição, os melhores de entre nós querem é afastamento da política, querem é distância das vergonhas que se passam nas vendas, nas compras, nas multas que afinal não se pagam porque caducou o processo. Agora até conseguimos vender carruagens para a Venezuela em condições pouco dignas, que ainda está a ser investigado! Afinal? Diariamente os jornais, os telejornais nos mostram e recordam comportamentos vergonhosos, desligo-me da realidade, não sem sentir dentro de mim as lágrimas, não da revolta, mas da vergonha, da tristeza, do orgulho ferido, da inocência roubada. Que dor!

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