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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O amor é ridículo

Não são só as cartas de amor que são ridículas, o amor é ridículo. O amor dói, prende, corrompe, causa tristeza sem fim, limita, nuns dias; noutros o amor é doce, liberta, tem postura, é elegante e cativa, aumenta a auto estima, dão-se gargalhadas, ficamos horas sem fim para encontrarmos "aquele olhar" que vai fundo no nosso coração, nem que dure breves instantes e parece que nessa altura o céu se abate sobre a nossa alma, a respiração acelera, tudo é adrenalina e somos as princesas dos príncipes encantados. O amor é ridículo, como ridículas são as cartas, as mensagens, os SMS, tudo. Fazemos em nome dele, do amor, barbaridades, promessas, mentimos, enganamos, morremos em vida e com vida, por amor, mas persistimos nessa vontade de continuar a amar, quando esse amor nos mata, nos tira o bom senso, a razão. No amor, todos esses adjetivos não passam de palavras ocas. No amor não há nem bom senso, nem razão, nem nada, apenas amor e como há amor!  Não são só as cartas de amor que são ridículas, nós somos ridículos; inventamos desculpas, mentimos momentos, ficamos com a alma perdida, incapaz de raciocinar, incapaz de falar o que nos vai na cabeça, porque o coração é o maior órgão do nosso corpo, apanhados nessa rede do amor nunca mais somos os mesmos, e mesmo que eu pudesse " amar este, aquele o outro e toda a gente, amar, amar e não amar ninguém", não posso porque este amor não mo permite. Não deve ser fácil viver sem amor, mas viver com ele, assim, com todo o nosso corpo, alma, com todo o passado, presente e futuro é ridículo, deveria poder ser mais contido, mais calmo, mais tranquilo, não tem que ser por inteiro com esta intensidade louca, esta vontade de passar a ser um em dois. Porque às vezes os príncipes encantaram-nos e não tem nada de encantados, e quando vamos a olhar e ver, perdeu-se o encanto; às vezes as princesas só vem o príncipe com os olhos desse amor, que perturba, que confunde, que preenche e por isso não precisamos de mais nada, apenas desse amor, falta saber se estamos nesse momento os dois com o mesmo amor louco. O amor não é só ridículo, o amor não é só sofrimento, nem só alegria o amor é assim, alimento, água pura, oxigénio que ilumina, que brilha nos olhos, que faz da nossa aura um hino à luz. O amor é ridículo e ridículas são as pessoas que amam; que felicidade a minha, também sou ridícula e gosto.

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