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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Aqui estou!

Parar é morrer. Estive para desistir de tudo, da vida, do céu, da terra, do mar e de mim. Hoje ganhei coragem e voltei, na verdade não quero. Não quero desistir nem da vida, nem do céu, nem da terra, nem do mar e ainda menos de mim. Fiz a minha travessia no deserto e agora aqui estou! Se estou pronta para contar esta aventura que fiz dentro de mim? Nem pouco mais ou menos. Ainda sinto momentos de grande tristeza, de zanga, de amargura e de dor, mas são momentos que já vou tolerando com alguma resiliência. Precisava deste afastamento? Claro, pois se não conseguia enxergar nada à frente do nariz, não ia conseguia escrever duas letras seguidas. Estive cega e fiquei surda, perdi o sabor do momento, pensei atirar-me do carro para dentro do futuro, pensei tanta coisa, de tanto pensar endoidei, brutal a dor que nos cega, torna surdos e mudos, incapazes de respirar. Como se não houvesse amanhã. O meu estômago encolheu, perdi o controle da fome e naturalmente perdi uns quilitos. A dor é nossa amiga. Costumava ensinar que a tosse é nossa amiga, que a dor é nossa amiga, que a obstipação é nossa amiga, que todos os sinais que o nosso corpo nos vai dando servem para nos porem alerta, são por isso nossos amigos, desconhecia era a dimensão que tais sinais podiam atingir. Desconhecia tanta coisa, tanta coisa que até me parece mentira, de tal maneira assim é, que não posso contar a ninguém o que aprendi, por ser transcendental, por ser primário, secundário e terciário e pertencer a dimensões que a ciência ainda não aprovou e eu sou uma mulher de ciência!
Se algum dia vou abrir esse livro? Só se a ciência mo permitir e isso acho que ainda está longe. Aceito o desafio de alguém adivinhar! Tenho momentos que até eu duvido e vivi-os. Não fui raptada por nenhum ovni, mas gostava, tenho até sonhado sonhos que conheço bem. Não fui para outro país viver, mas fui passear e adorei, mas não se trata disso, de viver longe ou de passear, trata-se de tomar contacto com realidades inimagináveis para mim que sou uma mulher de ciência e a ciência ainda não explica esses fenómenos. Afinal trata-se de momentos de vivencia esquizofrénica? Quem dera, como eu pedi para voltar ao passado, quando de tudo e de todos recebia amor e me achava o centro do Universo! Não era esquizofrenia, era a realidade, a vivencia da realidade na mais profunda mentira, no mais profundo engano.
Agora aqui estou, depois de ter tomado consciência da vida como ela é, com os enganos e desenganos, com as mentiras e as maldades, com a loucura da dor profunda, com a dor gravada na alma, mas com a certeza que a mentira será sempre vencida pelo amor, com a certeza que a dor será sempre vencida pelo amor, com a certeza que até a nossa alma é resgatada pelo amor, só pelo amor, por isso não me perdi. Aqui estou! 

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