Translate

domingo, 15 de setembro de 2013

Sempre em frente

Domingo à noite, jantámos, passeámos os nossos queridos animais e agora aqui estamos; não sei se é o Outono que está a chegar, mas sinto-me a invadir por uma nostalgia, uma necessidade de ver e ou vir outras pessoas, outras vidas, outras montras, outros perfumes, uma necessidade de sair daqui ou se calhar uma necessidade de sair daqui para me sentir feliz, como se a felicidade estivesse ao virar da esquina e não aqui, onde a gente costuma estar. Hoje o dia correu calmo, e lembrei-me que aos Domingos na minha casa às vezes também me sentia assim, a minha mãe tinha um remédio santo, íamos ver revistas e iniciávamos um trabalho novo, uma renda, uma manta, uma colcha, qualquer coisa, ou também podíamos ir dar uma volta a algumas gavetas que já não mexíamos há tempo, qualquer coisa para quebrar a monotonia, mas os Domingos sempre foram depressivos, Domingo mesmo com missa e cachola de molhinho e batata frita, acabava sempre depressivo, e agora ainda é, mesmo com  a volta pela aldeia do Pico, cada sítio com seu percurso depressivo a tentar ser ultrapassado. Tenho tantas saudades de ir a Cabeção e encontrar a minha mãe a abrir a porta da nossa casa, com o sorriso rasgado de felicidade, tenho saudades das filhas pequenas e das sobrinhas, e do meu irmão e da minha avó, do meu avô e da minha bisavó e da ti Marcena e da Senhora Deolinda e do Zé Linor, as minhas saudades não me levam a nada, também tenho saudades da minha neta quando não a vejo todos os fins de semana, se calhar sou feita de saudade. Também não adianta nada esta necessidade de lembrança da vida de outrora, a vida de agora também é boa, também tem encanto e Domingos agradávelmente depressivos. Não vou começar um trabalho manual novo porque já tenho muitos começados e agora ninguém me vai ajudar a terminar, por isso ficamos assim, foi um Domingo bom e amanhã a semana vai começar calma e tranquila, prá frente é que é o caminho.    

Sem comentários:

Enviar um comentário