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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Perigosamente fundamentalista

Não sei o que vai acontecer lá mais para o Verão, mas cada dia que passa mais farta estou da troika e dos analistas policticos que invandem a nossa casa, é certo que podíamos fechar a TV, ainda não cheguei a esse ponto.
Estou saturada das notícias, das desgraças diárias que encontro no trabalho e das desgraças diárias que vejo e oiço nas notícias, e como se isso não bastasse vem depois os analíticos cheios de prosápia voltar a interpretar o que está mais que visto: cada um a puxar para seu lado, a corda está tão esticada, admira-me não estar já toda partida. Até me custa estar agora a bater na mesma tecla de tão enjoada que estou, párem com estas notícias, sejam capazes de ver alguma coisa boa e razoável nestes dias, saibam dar um pouco de amor e carinho, porque não precisamos só de pão, mas também. Quando me ponho a pensar no que posso poupar no meu dia a dia, encontro muito onde fazê-lo, e não é por isso que deixo de ser feliz; quando vejo pessoas com dificuldades a comprar coisas que no meu ver não lhe fazem falta, fico triste, canalizar as nossas despesas para o que realmente necessitamos; a nossa vida diária tem que ser um pouco mais que uma vida descartável, tudo se compra a prazo, mas com uma qualidade inferior, à minima avaria, lixo! Podemos e devemos mandar para o lixo tudo o que não precisamos, mas até a ida para o lixo tem uma condição, escolher o caixote apropriado, mas antes de deitar fora, olhar parar e ver: não pode ser reaproveitado? Desde as roupas, ao papel, aos sacos de plástico, a um sem número de artigos, observemos; não precisamos comprar senão o que tivermos no papel das compras que fizemos no descanso do nosso lar. Podemos ser felizes com tão pouco!
Outro dia estava a pensar que há tantas maneiras de matar pulgas: se ganharmos consciência das nossas verdadeiras necessidades, a ida ao supermercado pode ficar reduzida a um mínimo, para não falar a outras lojas, mas podíamos fazer por partes: o poder que o consumidor tem é tão grande que pode ter a força necessária para fechar um Modelo ou uma Portagem, é uma questão de decidirmos não usar, é uma questão de decidir o que nos faz falta.
As pequenas acções são sempre as que têm maior impacto, porque havemos de comprar batatas francesas, ou electrodomésticos alemães? Podemos até tornarmo-nos perigosos, fundamentalistas, mas até dá vontade de sê-lo, não gosto de estar a assistir a esta guerra fria económica-financeira sentada, vou começar por tomar consciencia da proveniência dos produtos que preciso comprar, e vou pôr de parte todos os que não forem Portugueses, vamos ver se passo fome!

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