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terça-feira, 20 de março de 2012

Pilhas

Hoje o dia não foi fácil, até me dói o rabo de estar sentada, de sentar e levantar, depois vou de carro, 50km para o trabalho e o mesmo na volta. A seguir ao jantar é hábito andar um bocadinho a passear o Vicente e a Carlota, só que hoje está a dar na TV o jogo de futebol Benfica Porto, não é por mim, nem pelos meus queridos cães, mas o meu PQ está deslumbrado, levanta-se, senta-se, vocifera e etc, está em transe, ficámos, outra vez sentados. Como poderia ser o meu emprego do futuro? Ora bem, obrigatório trabalhar de manhã, para quem for cotovia como eu, trabalhar de tarde para quem for mocho; obrigatório ter livre um período; nesse período obrigatório ter uma actividade manual, a tratar da terra, de animais, apanhar o lixo das ruas, não interessa o quê, mas uma actividade importante para a comunidade, mas que ao mesmo tempo nos obrigasse a mexer, a gastar energias; por outro lado, massagens semanais incluídas no seguro de saúde, ou no SNS, as massagens seriam como cada um sentisse que lhe fazia melhor, para mim agora seria umas sessões de shiatsu semanais, mas efectuadas pela Mariana; nesse trabalho remunerado apenas num período de 4h / dia, era também obrigatório ter uma sessão por semana de reunião para prevenir o burnout, para esclarecer dúvidas, para partilhar experiências, porque sim, só porque sim também é justificação. Há quem sonhe em ganhar o euro milhões, eu posso sonhar com um emprego em condições, físicas, e psico sociais; também nesse emprego não ia faltar o material para trabalharmos, como por exemplo as pilhas, o meu aparelho medidor de tensão arterial não funciona porque acabaram as pilhas, já me zanguei, já praguejei, e hoje à noite o meu PQ arranjou-me 4 pilhas para levar amanhã para o trabalho! Quando perguntei porque não me arranjavam as pilhas, a resposta foi-me dada em body - language(?) estará mal escrito?, bom - responderam-me com um encolher de ombros, fiquei esclarecida, não há pilhas, não há medição de tensão, não há medição de tensão, não há palhaço, não há palhaço não há circo, quem percebeu, percebeu, quem não percebeu, percebesse, como dizia a minha mãe. E estou eu para aqui a gastar os meus sonhos de poder trabalhar no "emprego do futuro" quando não somos senão um País de brincar. Saíu-me assim ao correr da pena, País de brincar, mas se se pensar bem, andamos todos a brincar que fazemos tudo o que podemos e não podemos, quando na verdade somos é peritos em fazer tudo aquilo que não precisamos, para no tempo que sobra fazermos o que precisamos, mas sempre à pressa e a resmungar com a sobrecarga! Mas foi assim que começamos, D Afonso Henriques tentou vencer a mãe, tentou e então não é que conseguiu!! E cá estamos nesta altura com  uma crise às costas, então e não é que parece que não está a acontecer nada!!Chega, hoje não merece a pena divagar mais, sonhar mais, chorar mais, o Benfica ganhou e chega, não precisamos de mais nada, chega-nos para sermos felizes.

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