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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Palavras

Fico tão cansada quando mudo um pouco da minha rotina, as filhas estão sempre a chamar-me a atenção que as rotinas sem sofrerem alterações fazem bem, mas pouco, não estimulam as nossas célulazinhas cinzentas, como diria o Mr. Poirot. Mas a verdade é que talvez as minhas estejam já tão arrumadas que qualquer novidade as cansa, sei da importância de movimentá-las e por isso vou com grande frequência a cursos de "revisão da matéria" neste caso é sobre feridas, e vão ser 5 dias em Évora, fico até mais cansada ainda é da viagem e da conversa. Não posso ficar calada muito tempo, adoro conversar, contar histórias, rir com as histórias dos outros tudo para mim é de muita importância, e claro que fico cansada, tudo é para ser feito com muita emoção, até às lágrimas, a emoção comanda-me a vida. Ainda agora a filha me disse para quando o meu 1º livro, tenho muita vontade, adoro chegar aqui e começar a escrever, mas o que gosto mesmo é de escrever à medida que me vêm chegando as palavras, sinto assim um nó, à medida que escrevo o nó vai desenrolando e as palavras vão saindo com conta peso e medida, até sem terem a ver e no entanto fazem todo o sentido. Quando pego na escrita, nunca sei muito bem para que lado estou virada, as palavras saiem primeiro as que precisam sair mais depressa e só depois com toda a calma, as ideias vão ficando mais claras e transparentes, até que sinto que "por hoje já chega", ora o livro que irei escrever não pode ser uma manta de retalhos, apesar dos retalhos serem todos da minha costura, mas não deixa de ser um conjunto de retalhos a dar forma ao livro. A Alice acha que tenho que trabalhar em mim a compaixão, estou a tentar aprender um pouco mais sobre compaixão, mas os temas vão aparecendo à medida das necessidades, o livro será necessidade para o meu Eu o meu orgulho, não para o meu bem estar, para a minha zona de conforto. Acho que só vai sair quando não poder deixar de ser, é preciso que não tenha outro remédio, a escrita é terapeutica, não pode ser para enfeitar, o futuro dirá, sei que a Mafalda vai mexer comigo, talvez escreva uma livro para ela, nada acontece por acaso, é só preciso estar atenta, de qualquer modo podia frequentar um curso de escrita criativa, e se pudesse fazer esse curso aqui em Grândola, seria ouro sobre azul, vou esperar, Grândola é cada vez mais importante para quem quer descansar, então não podia ser um momento para descansar e ao mesmo tempo alguém que nos ensinasse sobre escrita criativa? Boa ideia.

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