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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Destinos

Dias, os dias servem para nos ensinar, de manhã, à tarde e à noite, é como o tempo, o sol vem quando é preciso, assim como a chuva e o frio de rachar pedras. Tudo chega sempre a propósito, só ainda não compreendi, se é a essa condição, que vulgarmente chamamos destino; ainda não compreendi se temos o destino traçado na palma da mão, ou se a mão se vai alterando à medida que percorremos o caminho, que fazemos o nosso destino. Sinto muita vez que as coisas me caiem no colo e que devo desembaraçar-me e arrumar os assuntos, mas não chegam em catadupas, chegam faseadas, como se estivessem na calha, estivessem à espera da sua hora. E cada coisa tem a sua hora? Tenho perguntas, tantas perguntas, quando era miúda pensava que quando fosse grande ia saber muito, tanto que até ia saber a melhor forma de acender uma casca para rapidamente acender a lareira! Chamo casca a uma pinha, e quando a pinha não está bem seca leva um bocadito a pegar, a manter-se acesa, e quando tinha a tarefa de acender a lareira, pensei muitas vezes que quando tirasse um curso superior, andasse na faculdade, ia aprender como acender uma casca cientificamente! E não há nada a fazer nem a censurar, os pensamentos que nos chegam são os pensamentos que nos chegam, a maior partes das vezes, pensamentos doidos, tive-os quando era pequena e tenho-os hoje, com 57 anos. Destino? Ainda não sei o que é, se existe, ou se nos dá jeito que só de vez em quando, exista; Livre arbítrio? É a favor ou contra o destino? Também temos muitas vezes alturas, em que nos dá jeito dizer e pensar: agora quem manda sou eu e ponto final, livre arbítrio só nosso e de mais ninguém, os outros todos que vão para as urtigas; perguntas estúpidas? Tenho-as todos os dias, de modo que desisto, pelo menos por hoje, já saí da faculdade há tanto tempo e ainda não aprendi a acender uma casca cientificamente, graças a Deus que sou doida o suficiente para continuar à procura.

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