Translate

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Sonos

Esta noite foi uma cegada. Esta palavra pode até não existir, mas é a única que sinto eficaz para descrever a minha noite passada. O fim de semana foi calmo e tranquilo, não trabalhei, passeei com o meu PQ e foi deliciosamente bom. Quando regressei, estava com saudades da minha casa, dos animais nossos amigos, da minha cama, do meu quarto, da minha casa de banho, do espaço que é meu; só que, quando fui para a cama, percebi que a " minha dor de estimação" tinha voltado, fui apanhada um pouco desprevenida. Assim que me deitei, percebi que a cama acentuava a dor em toda a coluna, até os glúteos ardiam com tanta dor, levei a primeira massagem, adormeci. Passado algum tempo, não consultei nenhum relógio como manda a boa higiene do sono, as dores estavam mais fortes, insuportáveis, levantei-me, tentei descontrair, andar, em cada passo sentia todos os músculos contraídos, como se tivesse meningite, não podia mexer o pescoço, mais uma massagem, enrosquei-me novamente na cama, adormeci. Passou mais um tempo e acordei de novo, dores brutais que me deram náuseas, comecei a sentir uma sialorreia brutal, vomitei não sei bem o quê, durante algum tempo permaneci debruçada sobre a sanita, náuseas e pouco mais.Não chorei! Levantei-me e fui andar mais um bocado, resolvi tentar uma posição do yoga, tentei focar-me no"o sono é bom" e ao tentar a posição de equilíbrio só assente num pé, com os braços elevados, distraí a dor? Fiz também a posição de peixe na água, tentando sempre focar o pensamento o sono é bom; as dores estavam bem marcadas no meu corpo, mas arrisquei e voltei para a cama sem massagem, continuei com o pensamento " o sono é bom" e voltei a dormir. Regressaram mais tarde, as ditas, parece que ainda com mais força, como se as dores tivessem vontade própria, o despertador tocou e saltei da cama aliviada, acabou-se a cama, a noite, o sono, vou tomar banho e partir para o mundo, não quero dormir mais! O banho quente aliviou-me e o dia de trabalho decorreu calmo e tranquilo, com mais uma injecção de um anti-inflamatório e um relaxante muscular. Agora que se está a aproximar a hora da cama, não quero voltar a passar pelo tormento da noite anterior, não quero repetir essa cegada sobejamente conhecida, de modo que vou fazer o meu relaxamento habitual, pedir ao meu PQ que me faça o injectável, não vai ser difícil, se a madrinha me deu injecções em pequena de vitaminas, melhor levo agora, dadas pelo meu engenheiro electrótecnico! A vida não é fácil, mas ninguém está interessado em facilidades, amanhã recomeço as massagens pelo meu instrutor de yoga, hoje devo viver com o que tenho, sem medos e sem dores; ficaria aqui toda a noite a escrever para fugir ao sono, mas fugir não resolve e quem disse que hoje ia voltar a acontecer? A seringa fica pronta! As dores são somatizações de medos, que a minha neta engorde pouco, que o exame da minha interna seja doloroso, medos que nem vou reescrever mais vezes, de tantas vezes já ter escrito, não quero mais medos, e para cada medo vou ter uma massagem, um injectável e beijinhos do meu PQ.

Sem comentários:

Enviar um comentário