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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Cada dia é cada dia

Dia 8 de Fevereiro de 2014, faleceu a Tia Maria. Já nem têm conto os que já partiram. O meu PQ dizia-me à pouco: estão a ir embora os desta geração, depois será a nossa! Olha que simpático, mas é certo que será assim, foram as minhas bisavós, a Ti Marcena, os avôs, as avós, o pai, a mãe e pelo meio alguns tios e amigos, colegas e conhecidos. Agora já não tenho medo que o telefone toque a horas menos próprias, quando os meus pais estavam vivos tinha sempre esse receio, o medo de passar por esse desgosto. Ainda hoje não fiz o luto, nunca mais somos os mesmos quando passamos para primeiro plano, não por passarmos para primeiro plano, mas porque perdemos o colo bom, dos pais. Quando vou a nossa casa, tenho roupa da minha mãe que ainda mantém o cheiro dela, talvez por isso ainda mantenha a nossa casa exactamente como estava, quando eles estavam vivos. Sempre que abro a nossa porta é como se eles estivessem à nossa espera, lá dentro. Quando mudar a casa vou perder isso tudo? Sei que agora já não tenho nada, senão as minhas lembranças, como eu gostava que a minha neta batesse à nossa porta, da casa dos meus pais, e fosse recebida com a alegria imensa que a minha mãe punha em cada reencontro! Quero muito ser uma boa avó, acho que sou uma boa mãe, um bocadinho egoísta, sempre a querer beijos e abraços e colo das minhas filhas, o mundo está virado do avesso, não fui uma boa aluna de minha mãe e de minha avó.
A minha neta está cada vez mais crescida, hoje almoçamos juntos e foi  muito agradável. Vê-la comer com satisfação é uma benção, até já tem bochechas rosadas!
Os dias passam, o tempo vai paulatinamente andando, o nosso caminho na vida é feito de pequenas grandes coisas, coisas de vida e coisas de fim de vida, é preciso aprender em cada dia a nossa lição de vida.

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