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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ideias loucas

2ª feira outra vez, sempre igual; grávidas, muitas grávidas, alguns IVG (interrupção voluntária da gravidez) e poucos planeamentos. Esta conversa faz sentido para quem está dentro deste tema, é básico e não é preciso explicar mais, para quem não está, percebe um pouco e o resto "fica para o gato" É esse o problema, a gente escreve textos, notícias para o jornal, dá entrevistas, escreve panfletos, tudo temas que conhecemos mas sem cuidado para sermos entendidos para os outros, a gente para quem se dirige a mensagem. Vou tendo algum cuidado quando escrevo para o jornal, escrever à minha maneira mas de modo a que entendam o que quero dizer, não sei se consigo, mas tento. O nosso dia a dia é tão cheio da mesma conversa que acabamos por acreditar que toda a gente está dentro do tema, mas a maioria não está; algumas notícias produzidas por profissionais da noticía primam por falta de verdade, não sei se essas pessoas não percebem o que perguntam nem o que lhe respondem, mas a maioria das notícias que leio nos jornais sobre CS (Cuidados de Saúde) são deficitárias, mas agora não me apetece escrever sobre esse tema: o jornalismo. Nem sei bem o que me apetece escrever, sinto-me perdida no meio de tanta informação que me povoa a mente, tenho com alguma frequência esta sensação: a cabeça cheia. Hoje a Ana contou-me uma das consultas de Psiquiatria; o doente entrou, o nosso psiquiatra cumprimentou o doente e fez uma pergunta: Então quando é que vai para o Brasil? O doente responde num tom sério e compenetrado: Não sei se vou para o Brasil, se vou para Portugal em Júpiter ou em Marte! A partir daqui ela teve alguma dificuldade em ficar quieta e sossegada, mas a consulta terminou com mais umas gotinhas de Haldol, no espaço da consulta a Ana não se riu e o Bernardo também não, mas depois rimos as duas, ainda que eu não tenha percebido tudo, o que percebi, deu para advinhar o resto: esquizófrenia no estado mais puro.
Se eu pudesse também respondia loucuras, mas havia de ser uma coisa diária, cada pergunta que me fizessem, "cada melro", seria a loucura total, mas sem gotas de Haldol. E hoje ficamos assim com uma necessidade de fazer loucuras mas a comportar-me na perfeição, amanhã logo se vê, espero melhorar esta conversa da treta! Não tenho quem me dê seguimento a esta conversa, as filhas às vezes vão atrás das minhas palermices, a minha mãe conseguia muitas vezes ultrapassar-me e era a risota total, por isso sinto-me um pouco acanhada, não queria ser mal interpretada e levar com gotinhas.

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