Translate

domingo, 29 de abril de 2012

Abril com águas mil

Estamos em fins de Abril e sabemos que o Inverno foi seco e que em Abril "são águas mil", mas já anda aborrecida, depremida, agoniada, chega de dias cinzentos, parece que assim não vamos sair desta depressão em que nos colocámos, sei que todos temos culpa, porque somos todos coniventes com  o des -Governo que temos tido. Parece que somos tão estúpidos, todos, que escolhemos para nos representar quem é um tudo nada ignorante, é Zé espertinho, sabe aldrabar melhor que nós, e de predicados bons, parece que não têm, depois é o que se vê, se o Governo é assim , quando começam a escolher os seus representantes, é uma carambola de idiotas e incompetentes, não é de estranhar. Mas isso é importante? É assim um bocadito, porque se estivermos a trabalhar com um bom gestor, o trabalho rende o dobro com metade do esforço e ainda fica tempo para nós, neste caso, como temos maus gestores, o trabalho é muito e os resultados são uma doença, contagiosa, incapacitante, têm que ser arrancados a ferros. Fico muito preocupada quando vejo o nível de vida a descer drásticamente para a maioria das pessoas, para as que não conheço e ainda mais, para as que conheço: perdem o trabalho, abandonam-se à sua sorte, passam dias em casa de roupão, implicam uns com os outros, agridem-se com um mau ambiente familiar, vegetam, não fazem práticamente nada para sair dessa crise, esperam. Enquanto isso têm que ir desligando os meos, os carros, as vidas? Não sei como se pode ajudar, não sei o que se pode fazer, mas esta talvez seja uma oportunidade que vamos perder? Havia de se organizar um grupo de ajuda para estas vidas que teimam em não acreditar, que teimam em ficar paradas, que nem sequer percebem que precisam de ajuda? Sinto-me assim como o tempo, cinzenta, tenho tanta vontade de fazer, de viver, de cuidar, mas só falo, falo, escrevo, escrevo e não concretizo nada. O canil que todas as vilas precisam? Não sei como hei-de fazer. O apoio à vitíma? Não sei como hei-de fazer. O grupo de ajuda à vitima da recessão? Não sei por onde começar. O lar para pessoas inadaptadas, novos, velhos ou assim assim? Não sei com hei-de fazer.
Costumo dizer aos meus doentes, uma coisa de cada vez e começamos pela mais urgente, e fico logo toda embrulhada, são todas tão urgentes que fico-me pela escrita, com as ideias na cabeça e o coração cheio de preocupação, mas ninguém sobrevive com esta ajuda. Partir para a acção, começando por desenhá-la e torná-la possível primeiro no papel e depois no directo, sei que deverá ser assim, vamos a ver se consigo delinear o que é mais importante: os animais ou as pessoas? Os animais têm muitos sítios com hipótese de ajudar, mas se calhar não estão bem divulgados, não está bem divulgado o canil camarário e quais as leis porque se rege. Então talvez avaliar o canil camarário e verificar se está a cumprir, mas isso vai ajudar quem? Os animais que vão sendo abandonados, que vão sendo maltratados, que vão aparecendo mortos na estrada, todos os dias? Eu nem sou veterinária, nem sei como mexer-me nesse meio.
Amanhã será que vou estar melhor, ou a loucura vai continuar?

Sem comentários:

Enviar um comentário