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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Dúvidas

As minhas dúvidas em vez de começarem a diminuir com a idade, o passar do tempo, com  a aprendizagem diária, com os erros que tenho cometido, e que têm sido tantos, com o que me vai acontecendo e que vou vendo acontecer aos outros, em vez de diminuirem, não!!! vão aumentando, e aquelas que se prendem com o relacionamento entre as pessoas, são as que me causam maiores dúvidas de entre elas, e mais angústia, e não ter um grupo onde possa falar destas dúvidas, leva-me a escrevê-las para mais que não seja, exorcizá-las. Esta história hoje, não é muito fácil de contar, parece um novelo a que fui dando corda e que, para não me angustiar mais, parti na altura mais oportuna, quando achei que não havia mais corda a dar.
Com alguma frequência há palavras mal ditas que levam a emoções descontroladas. As minhas filhas, queridas filhas, de 25 e 27 anos, são meigas, educadas, preocupadas, capazes de actos altruístas, por vezes ciumentas uma com a outra, ainda que eu só dê por isso muito raramente. Neste momento a mais velha está a trabalhar na Austrália com o marido, e falamos sempre que possível pelo spyke, ou skype, é assim um destes meios de comunicação moderno, Deus o abençoe, que coisa mais funcional não encontrei ainda. Só que temos alturas em que se torna dificil aceder à net, outras alturas em que não funciona o rato que é a pilhas, e parece ter sido o que aconteceu desta vez: o pai queria fazer a ligação, a filha da Austrália estava a chamar e o rato não dava nada, porque a filha mais nova tinha estado ao computado e tinha-se esquecido de o pôr a carga. O pai gritou: Inês nunca tens cuidado com as coisas onde mexes!!! agora não consigo falar com a tua irmã; não sei se foram estas as palavras, também não interessa, o que interessa foi o tom em que foi dito e a emoção que passou nesse grito. O tom foi alto, agressivo, de raiva carregada de culpa, e ela, sentiu que mais uma vez, estava a prejudicar
a irmã, que o pai, mais uma vez lhe estava a fazer sentir isso, claramente!! Lanche com choro, eu a tentar perceber essa dor, que me parecia ser maior do que devia, o pai sem jeito para pedir desculpa, mas fazendo-o desajeitademente o que ainda causou maior desconforto. Não tinha trazido carro, precisava voltar para Lisboa, tinha combinado com o namorado que regressava de comboio, só que eu achei melhor levá-la e convidei o André para irmos jantar todos ao Chinês.
Não foi nada disso, porque ainda aborrecida connosco a Inês pede ao André para a ir levar, ele pelo telefone responde-lhe grosso e curto: tinha outros planos! Ficou ainda mais desajeitada, também não conseguia ser compreendida pelo namorado, e ainda por cima lhe respondia aborrecido, mais choro. Passado uns momentos chega o André todo atarefado, a dizer que nem ela nem a irmã tem nem 5 nem 7 anos, e despacha-te que tenho mais que fazer. Mais uma vez o que magoa não é própriamente a palavra mas a velocidade a que é enviada, carregada de muita raiva e muita culpa: estragaste-me a tarde! Mais choro, só que perante esta última torrente de agressividade curtei o mal pela raiz: vamos sentar para conversar!!! E ficaram todos a olhar para mim. Expliquei que o André para além de estar a ser agressivo e mal criado, não devia falar assim com a Inês, não percebia como ela deixava que isso acontecesse?! Nesse momento a filha diz perante todos nós, que já não é a primeira vez que o André a trata assim E que já ao telefone tinha sido agressivo! Tanto pior, levaram os dois, a Inês porque deixou o André ser incorrecto, o André porque o foi, e como tinha sido eu que tinha iniciado o novelo, a tarde e jantar em Lisboa, o assunto terminava aqui, quem vai a Lisboa sou eu e levo a Inês, vamos jantar ao Chinês, quem quiser vir vem, quem não quiser fica, aguardam por mim enquanto me visto.
ão

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