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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ignorâncias

Tudo está a mudar muito rápidamente à nossa volta, ouvir o que diz o Dr.º Medina Carreira, a gente percebe bem o que ele diz e fica assim, então vamos viver como? Percebemos que há muita gente a trabalhar no Estado, digamos que há muitos funcionários públicos, percebo! Não percebo ainda porque será que todos os países têm dívidas, todos sem excepção, mesmo os EUA mesmo os doidos dos alemães que é um povo que não gosto, fica mal dizer isto assim, mas fazem-me sentir mal, quando estão connosco; estive uns dias em Frankfurt com as filhas e o meu PQ, durante o dia almoçávamos fóra, no sítio onde andávamos a passear, mas que dificuldade! Parecia que não entendiam o nosso Inglês, não queriam sequer falar senão alemão, quando alguns dos empregados dos restaurantes deviam ser talvez até Portugueses? Será? Ainda fico pior, quer dizer, até os trabalhadores se fazem passar por alemães?
Continuo a ouvir o Dr.º Medina Carreira, e parece que não vamos nunca mais ter subsíduo de férias nem de Natal, lembro-me que antes do 25 de Abril, o meu pai trabalhava muito, todos os dias, mesmo ao sábado e às vezes ao domingo, nessa altura não havia férias, e claro que não havia subsíduo de coisa nenhuma, a Ti Marcena não tinha direito a nada, não tinha qualquer reforma, vivia com as moedinhas e a caridade das vizinhas, a minha bisavó, a Avó Galucha que eu adorava, era bem velhinha e lavava roupa, e fazia limpezas no quartel da GNR, e toda a gente gostava muito dela, sempre trabalhou até à altura em que o seu adorado cão foi morto e ela passados 15 dias, teve uma AVC, acho eu agora, e ficou acamada. Quem tratava dela éramos todas nós, eu, a minha mãe e de vez em quando a minha avó Maria Antónia, e ela um dia faleceu, ficámos com ela durante a noite e no dia a seguir foi o funeral. O meu Avó Luís, seu filho, acho que chorou mas eu nunca vi. Nessa altura, já não me lembro se ela já tinha morrido, ou se estava em coma em casa, nunca foi para o Hospital, foi observada pelo Dr.º Canelas, feito o diagnóstico e era apenas esperar o desfecho habitual, mas estava eu a lembrar-me que nessa altura, havia a festa do 5º ano do colégio, e o meu avô que me conhecia muito bem, veio falar comigo, para me dizer que eu devia ir ao baile, porque a minha avó não ia querer que eu ficasse em casa; fiquei tão contente com ele, seria a única pessoa que me podia deixar ir, e com essa conversa fui e fui feliz.
Se passarmos a não ter direito a subsíduos, não fico preocupada, não queria era perceber que as pessoas iam ficar cada vez mais pobres e outras cada vez mais ricas, porque agora já não há vizinhos, e deve haver algumas Ti Marcenas que vão ficar sem moedinhas.
Tudo muda tão depressa à nossa volta, mas quando vamos a olhar melhor para a situação compreendemos que afinal não há grandes mudanças, é se calhar os círculos que todos temos à nossa volta, uma vez estamos mais em cima, outras vezes estamos mais em baixo, e se formos capazes, cada vez vamos tendo círculos cada vez mais pequenos, mais pequenos e deixam de existir, qual é a religião que explica a vida com círculos? Sei muito pouco, bem me parecia.

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