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domingo, 20 de novembro de 2011

Portais

Quando o frio aperta, a minha Carlota torna-se mais aborrecida, quer estar bem perto de mim, debaixo da manta, com a cabeça tapada em cima do sofá, claro! Se a minha Avó Maria Antónia visse ia ralhar comigo, e assim que eu virasse a cara, a cadela não tinha hipotese saía mesmo de cima do sofá, ficava muito bem no chão, que até tem carpete e uma almofada ao pé do lume, e caso eu perguntasse alguma coisa, a minha avó ia dizer que não tinha nada a ver com isso! A Ti Marcena costumava dizer, quando entrava na minha casa de Cabeção, era eu bem pequena: ai, ai, quem me dera ser gato nesta casa! Naquela altura só tinha um gato, cinzento, raiado de preto, que eu adorava, e que ficava no melhor sitio da nossa casa, consoante estivesse frio, calor, manhã, tarde ou noite e comidinha tinha sempre, com muitas festas. Até para ser gato é preciso ter sorte, às vezes fico impressionada com os animais mortos na estrada não serem reclamados por ninguém, e quando vejo cães a deambular na estrada, fico ainda mais apreensiva e tenho vontade de parar o carro e levá-los para o quentinho da minha casa de Grândola, o que também ia desagradar muito ao meu PQ. Como o nosso cérebro vagueia entre lembranças e emoções quase ao sabor do "vento intelectual". As imagens na nossa cabeça, uma vai buscar a outra e atrás dessa, veiem mais cinquenta, parecem-se com as cerejas e, muitas delas, passam quase sem as revermos na sua totalidade, enquanto que outras, vá-se lá saber porquê ficam muito mais tempo, e às vezes até nem queríamos revê-las, mas se aparecem e ficam é porque a gente precisa. Na verdade tanta coisa que se passa e que a gente não pode aprender, ouvir, ver, sentir, tantas são as loucuras de informação que temos ao nosso dispôr. Era bem mais fácil quando tinha apenas os livros da carrinha da Gulbenkien?? estará bem escrito? uma vez por mês, e durante muito tempo só tinha idade para ler os livros da primeira prateleira, só quando passava mais um ano de idade podía ler os da outra prateleira, sentia-me tão bem, com livros novos para mim, porque já tinham a marca de tantos dedos a manuseá-los, nunca me importei com isso. Agora, gosto de ser eu a ler o livro, e gosto pouco de emprestá-lo. Finuras parvas. Isto tudo a propósito já nem sei bem do quê, mas também não faz mal, não devia ser importante. Há cerca de 2 ou 3 dias, alguém me falou no Portal que tinha sido aberto!!! Portal, qual portal? Lá me explicaram assim a fugir, que era o portal que se abriu no dia 11.11.2011, no Universo! Fiquei a olhar, ainda não me tinha apercebido que o Universo tinha portais, e que tinha dias em que abriam e devem ter dias em que se calhar se fecham, não sei, mas nunca tinha ouvido falar em tal desta forma, com tanta certeza? Fiquei a pensar que estou um bocadinho atrasada nestas coisas da ciência espiritual, eu que fui batizada, crismada, frequentei a Igreja Romana Apostólica e não sei que mais, que sinto que temos o nosso eu espiritual juntamente com o nosso eu físico, mas do Universo não sei nada. Começo por onde? Amanhã logo se vê, hoje sinto-me muito baralhada, corresponde a uma nova estrada que eu nunca percorri e tenho medo que seja uma estrada cheia de dificuldades, com muitos medos, muitas almas do outro mundo, e que não tenho ninguém a quem contá-los, sim, os meus medos! Acho que nem a Ti Marcena nem a minha Avó Maria Antónia iam gostar que eu fosse para uma estrada desconhecida: filha o que o Sr.º Prior diz já chega para moer a nossa cabeça, não merece a pena saber mais, diriam elas na certa. Talvez fale com o nosso prior,aqui em Grândola, sempre posso ser aconselhada e acompanhada nessa nova aprendizagem.

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